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Olá pessoal! Aqui é o Ricardo Vargas e esse é o 5 Minutes Podcast. Imagine a seguinte cena uma criança sobe em uma árvore. Para ela, isso é uma aventura. Para a mãe é risco de hospital. E para o irmão mais velho, talvez seja uma bobagem, uma perda de tempo. O mesmo evento, três interpretações completamente diferentes. E isso é risco. Risco muitas vezes não é o que acontece é o que cada um enxerga que pode acontecer. E hoje eu quero provocar vocês e também me provocar com uma ideia: o risco, ele está no observador, ele não está no projeto. E na gestão de projetos, poxa, a gente adora planilhas, escalas de impacto, fórmulas de probabilidade e olha, eu me incluo totalmente nesse grupo. Mas tudo isso falha se a gente ignora um fator fundamental a lente ou o prisma de quem observa o risco. E esse conceito, esse conceito tem um nome. Ele chama Risk Lansing. A forma com que cada pessoa, grupo ou área vê e interpreta uma ameaça ou uma oportunidade. E, é claro, essa lente ou esse prisma, é fruto da experiência de cada um, da cultura, do histórico, da função no projeto. Tudo isso influencia essa lente. Um atraso numa entrega de um equipamento por um projeto pode significar um ajuste para o engenheiro. Agora, para o jurídico, isso pode significar uma quebra contratual. Para o cliente que vai receber o seu projeto, pode ser um motivo para que ele ou ela perca a confiança no seu trabalho. Olha só, você está lidando com o mesmo evento, mas cada um vê riscos diferentes, porque cada um enxerga por um prisma diferente. E sabe qual é o erro clássico? É tentar transformar esses diferentes prismas em algo objetivo, fingir que o risco é um número neutro numa fórmula do Excel. Um número mágico. E é por isso que muitos planos de risco são tecnicamente corretos. Mas eles têm uma dificuldade enorme em se tornar úteis porque eles não capturam o que realmente está preocupando as pessoas envolvidas. Então, eu queria dar aqui algumas sugestões muito práticas para vocês. Primeiro, antes de preencher qualquer log de risco, pergunte aos stakeholders, as partes interessadas o seguinte: O que mais te preocupa nesse projeto? O que mais causa aflição em você nesse projeto? E você vai ouvir coisas que nunca apareceriam numa matriz padronizada. Uma segunda dica envolva as pessoas no processo. Crie um heat map colaborativo e o seguinte não adianta você fazer avaliação de risco naquela sala fechada com a sua equipe do projeto ou com o apoio específico do PMO. Gente, envolva as pessoas mais diversas que você tenha, envolva a pessoa do financeiro, envolva a pessoa do jurídico etc. Para que você construa através desses pensamentos divergentes, um processo muito mais rico. Peça com que cada pessoa marque visualmente, por exemplo, os riscos que elas consideram críticos, e nesse heat map você pode sobrepor essas visões e você vai poder observar o seguinte onde é que é consenso e onde que é ruído. E pode ter certeza, muitas vezes sua opinião vai ser muito diferente da das outras pessoas. E é por isso que uma das coisas que eu mais acho que contribuem para um ambiente extremamente produtivo em projetos é você ter pessoas diferentes, porque o pensamento divergente vale ouro. E olha uma coisa que eu levei muito tempo para aprender: gerenciar risco não é eliminar incerteza, é alinhar percepções. Lembre se, não é o projeto que tem o risco, são as partes interessadas que veem o risco no projeto. E se você não entende como cada uma dessas pessoas enxerga o risco, você não está gerenciando o risco de verdade. Você está simplesmente fazendo burocracia com cara de controle. Porque risco não vai estar na planilha. Risco é o que vai estar na cabeça de quem está envolvido com projetos. É só quando você entende essas percepções é que você consegue antecipar, dialogar, agir e responder a esses riscos com inteligência. No fim das contas, a boa gestão de riscos começa com empatia, entendimento e escuta. Pensem bastante nisso que eu estou falando e eu espero que nesse episódio vocês tenham uma oportunidade de pensar um pouquinho diferente. Eu levei muitos anos para poder abrir a minha cabeça e pensar que nem todo mundo vê as mesmas coisas da mesma forma. Pensem nisso. Espero que vocês tenham gostado do podcast. A gente se vê na próxima semana com mais um 5 Minutes Podcast.