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Olá pessoal, aqui é o Ricardo Vargas e esse é mais um 5 Minutes Podcast. Recentemente nós tivemos um grande apagão tecnológico, onde nós tivemos computadores utilizando um software de cibersegurança chamado Cloud Strike, que basicamente tornou inoperante cerca de 1% dos computadores utilizando Microsoft Windows. Isso gerou o caos de toda a natureza. Nós tivemos companhias aéreas que ficaram inoperantes, bancos, empresas em geral, supermercados, etc., por causa desse problema. Bem, é lógico, eu não vou discutir aqui as causas desse problema. Acho que já existem muitos comentários, muitos vídeos explicando o que aconteceu, mas eu queria endereçar uma pergunta que eu recebi na internet falando o seguinte: Tinha forma de eu me proteger contra esse tipo de, vamos dizer, de problema como um gerente de projeto. Ou seja, se eu tivesse gerenciando um projeto no qual utilizasse computadores, poderiam estar vulneráveis, etc., ou utilizar essa tecnologia, teria alguma coisa que eu poderia fazer? Bem, então vamos tentar responder essa pergunta da forma mais direta possível e mais realista. A primeira coisa que a gente precisa entender é o seguinte, é, tecnologia, assim como qualquer outra coisa que a gente tenha uma dependência grande, ela está sujeita a falhas. Ou seja, não existe um sistema infalível. O que existe são prevenções que tornam a possibilidade de eventos dessa magnitude acontecerem tão pequenos ao ponto que você pode basicamente desconsiderá-las e desprezá-las. Bem, vamos pensar, por exemplo, energia elétrica. Bem, energia elétrica é uma coisa muito interessante, porque a gente só sente falta da energia elétrica quando acaba a energia elétrica. A gente, enquanto você tá escutando esse episódio podcast, você não tá pensando assim: Nossa, que coisa boa! Existe energia elétrica aqui que acende a luz, que esquenta a água que faz a nossa indústria operar. Agora no dia que falta, ou no dia que tem um blecaute, etc. Imediatamente, quando você sente a falta. A mesma coisa funciona para a água. A mesma coisa funciona, por exemplo, um elevador. Um elevador, a gente quase nunca pensa até o dia que ele não funciona. E tecnologia é a mesma coisa, ou seja, a gente está tão acostumado a ter a tecnologia sempre disponível que o dia que a tecnologia não funciona, a gente realmente fala assim, o que que aconteceu, etc.. Bem, e quando a gente pensa no incidente, nesse incidente da Cloud Strike, bem, a primeira coisa que eu já quero tirar aqui é essa questão de teoria conspiratória etc. Eu sou uma pessoa que tem horror desse tipo de coisa, ou seja, eu acredito o seguinte as coisas acontecem porque existem essas, essas casualidades, existem essas flutuações naturais da vida que podem acontecer isso. Bem, eu não estou discutindo também se isso foi um erro de uma pessoa ou de várias pessoas etc. Sem dúvida nenhuma isso aí já deve ter uma investigação, é importante quanto a isso. Mas eu quero dizer o seguinte: Você não trabalha na Microsoft, você não trabalha na Cloud Strike e você tá no seu projeto. Você quer se proteger, por exemplo, no futuro, como é que a gente tenta se proteger nisso? A primeira coisa que a gente precisa entender é o seguinte: Concentração traz comodidade mais automaticamente aumenta nossa posição em um determinado risco. Ou seja, quando você concentra todo o seu processo na tecnologia, você tem todo o ganho de eficiência que a tecnologia tem para trazer para você, mas você também automaticamente passa a assumir todos os riscos que a tecnologia vai trazendo para você. Ou seja, a partir do momento que você começa a utilizar tudo, por exemplo, na cloud, na nuvem, etc., bem, você já tem que partir de uma premissa de que sua internet funciona, de que sua estrutura funciona, etc, para permitir com que você o que faça esse trabalho. Agora, automaticamente, ao fazer isso, você está concentrando o seu risco. A partir do momento que você precisa ter uma conexão à internet, por exemplo, para funcionar. Você está concentrando em apostando que aquela internet não vai falhar. Bem, o que então protege você contra esse risco? O que protege você contra esse risco é você ter a ciência: Um, de onde você está concentrando o risco, ou seja, você ter a ciência de que onde você está concentrando o risco, a probabilidade desse risco acontecer é realmente ínfima. Ou seja, você tem uma disponibilidade tão grande daquela tecnologia e você tem uma confiança tão grande naquele provedor que a probabilidade daquilo acontecer é mínima. O que aconteceu com o Cloud Strike é exatamente isso a Cloud Strike ainda, pelo menos até esse acidente era incidente. Desculpa, até esse incidente era sem dúvida nenhuma uma das companhias de cibersegurança mais respeitadas do mundo. Por isso que todo mundo usava. Por que? Porque exatamente por causa da confiança e confiabilidade que ela tinha. A partir do momento que esse incidente aconteceu, bem, isso tudo está sendo revisto agora. Agora, a segunda forma de evitar isso é você, o que? Não concentrar. É você ter um plano de backup onde você concentra menos as suas atividades. Bem, naturalmente, isso vai te dar um pouco mais de trabalho, mas você reduz um pouco seu risco. Bem, deixa eu contar um caso para vocês que é um caso absolutamente pessoal. Bem, é lógico, o meu negócio. não é uma companhia aérea. O meu negócio não é um supermercado. Meu negócio não é um hospital. O meu negócio é uma empresa de consultoria. Mas e eu sou uma pessoa que tem, vamos dizer, uma percepção e uma, e um medo do risco, talvez maior do que as outras pessoas. Então eu tenho uma precaução grande. Então, como é que eu faço para evitar a concentração do ponto de vista tecnológico. Então, dá um exemplo para vocês. Bem, o meu site e toda a minha plataforma digital fica hospedado no Amazon AWS. Meus e-mails e toda a parte de e-mail Google Switch. Meus arquivos, todos os arquivos Dropbox. Aí você vai me falar assim, mas Ricardo, mas por que que você não colocou tudo no Google Switch, por exemplo? Ou por que você não combinou o Dropbox com o Google? Por que você está usando diferentes serviços que poderiam estar sendo fornecidos pela mesma empresa? Um dos principais motivos disso é porque eu diminuo a minha dependência de uma única plataforma. Bem, o preço que eu pago para isso, dá muito mais trabalho, porque eu preciso gerir diferentes plataformas. Mas, qual que é a vantagem? É que se eventualmente eu tenho um problema na suíte de aplicativos do Google? Bem, os meus arquivos estão numa outra plataforma. Além disso, por exemplo, todos os meus arquivos do Dropbox são beckapeados no S3 da AWS também. Eu também tenho um backup físico. Eu tenho um Network Storage, que a gente chama de Nasce em Casa, em Portugal, e eu tenho também um NAS no Brasil que replicam esses dados. Eu por exemplo, internet, eu tenho uma internet cabeada em casa, que é, vamos dizer, normal, um pouco mais rápida do que o normal em casa, mas eu também tenho Star Link e eu também tenho um sistema que faz via LTE, ou seja, em casa eu tenho três redundâncias na internet e eu uso um negócio chamado UniFi, Ubiquiti UniFi que é a rede da minha casa, ou seja, o que que eu tô fazendo? Eu tô tentando diminuir a minha dependência, então se a minha internet principal da casa falha, o Starlink entra no ar praticamente instantâneo, ou seja, se eu estiver, por exemplo, dando uma palestra, vai piscar a tela. Talvez nem isso e eu já vou ter uma outra infraestrutura. Bem, o que que eu to fazendo? Eu to ativamente tentando o que? Diminuir a minha concentração e a minha dependência de um único ponto de falha. Se você tem um único ponto de falha e você não tem a confiabilidade total de que esse ponto de falha, realmente a probabilidade dele acontecer é realmente mínima, o que é melhor você fazer? É melhor você ter redundância sempre Redundâncias múltiplas, redundâncias múltiplas. Então, o que um exemplo como esse nos faz pensar é o seguinte. É que muitas vezes a gente tem uma confiança numa tecnologia, uma confiança na nossa própria experiência, que nos leva a querer, por comodidade etc., concentrar demais onde nós temos que uma fragilidade. Quando o problema acontece, nós temos o que, realmente avião no solo, nós temos realmente cliente não sendo atendido e etc. Sem dúvida nenhuma, eu acho que hoje a Microsoft, a Cloud Strike, etc estão fazendo um trabalho enorme para não deixar isso acontecer nunca mais na vida. Ou seja, muito provavelmente deve ter um aprendizado enorme. Agora, da mesma forma. como assim, infelizmente um avião sofre um acidente, essas tecnologias estão sujeitas a esse tipo de trabalho. E uma coisa que nós vamos ter que nos acostumar na vida, que quanto mais dependente a gente é desse tipo de tecnologia, a gente é do nosso telefone, a gente é do nosso mecanismo de AI, que nos ajuda a automatizar os processos de gestão de projetos dentro do nosso PMO, mais suscetível a esse tipo de, vamos dizer, de incidente, nós vamos estar. Ou seja, provavelmente um incidente como esse há 50 anos atrás teria um impacto mínimo, porque a maior parte dos processos eram manuais. E possivelmente, no futuro, quando a gente tiver um incidente dessa natureza, nós podemos ter um impacto ainda maior. É igual hoje, por exemplo, a gente pensa o seguinte: Poxa, mas se o chat GPT estiver fora do ar, ele vai gerar um prejuízo para mim. Bem, talvez hoje isso não gere um prejuízo para você, mas talvez daqui a dez anos você vai ter um processo tão integrado com AI generativa que você não vai conseguir. Então, o que que é importante entender? De um lado, a sua capacidade de aceitar o risco que você está correndo na tomada de decisão sua e, no outro lado, a sua capacidade de tentar não concentrar todos os ovos numa única cesta, como Cervantes falava. Ou seja, a gente nunca deve concentrar os ovos numa única cesta, porque ao fazer isso, você realmente concentrou ali e você praticamente parou. Apesar de que foi 1%. O que mais me assusta nesse, gravando esse episódio é que foi 1% que gerou essa pane toda. Imagina se fossem 20% dos computadores com Windows? Seja, sem dúvida nenhuma nós teríamos aí um impacto talvez devastador aí nas atividades profissionais que a gente tem. Bem, pessoal, era isso que eu tinha para falar para vocês. Uma ótima semana para vocês e até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.