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Olá pessoal, aqui é Ricardo Vargas e esse é mais um 5 Minutes Podcast. Hoje eu quero falar sobre um tema que parece simples, mas que aparece com frequência em cronogramas de projetos complexos. É o loop de atividades. Quando uma tarefa acaba sendo ao mesmo tempo predecessora e sucessora de outras. Um loop que ocorre quando o fluxo de dependência forma um ciclo, por exemplo, a atividade A depende de B, AB depende de C e AC depende de A, ou seja, você fez um ciclo ali, como se fosse um circuito fechado. E a maior parte das técnicas que a gente usa para modelar, por exemplo, cronograma de projetos, não consegue calcular, porque o modelo lógico fica indefinido. Quem é que começa primeiro? Quem é que termina depois? E na teoria, os cronogramas deveriam ser totalmente lineares, sem retorno. Mas na prática, especialmente em projetos de engenharia, desenvolvimento de novos produtos e inovação, o trabalho é iterativo. As equipes trocam informações, revisam entregas, voltam com comentários, fazem ajustes. E é exatamente nesse processo de feedback que a gente tem esses loops. Então o loop, ele não é um erro. Pelo contrário, ele pode refletir e muitas vezes reflete uma realidade natural do processo de desenvolvimento. O problema que a gente tem está em tentar representar essa realidade dentro de uma ferramenta que foi feita para processos lineares. Então, a minha primeira recomendação é a seguinte. Nós não estamos discutindo a questão de o ciclo ser uma coisa ruim ou boa. O que a gente precisa é representar esse ciclo de uma forma estruturada. Então, por exemplo, se um desenho técnico vai passar por revisões, em vez de criar essas dependências que se retroalimentam, você pode criar a versão, como por exemplo, elaboração 1, elaboração 2 e versão final. Assim, você inclusive reconhece um trabalho evolutivo, como se fosse um parafuso. Você não volta no mesmo ponto, a cada volta você está num ponto diferente. E essa sequência lógica, ela continua sendo mantida. Ela fica intacta. Uma outra alternativa é usar marcos intermediários. Eu sou um grande fã de marcos ou milestones . Você pode criar um marco de revisão e conectar as atividades de forma que todas convirjam para aquele ponto. Depois, as próximas etapas começam a partir daquele ponto. Isso quebra o ciclo e mantém o controle do fluxo de trabalho. Além disso, se 2 atividades ocorrem em paralelo e se influenciam mutuamente, mas sem uma dependência direta, você pode montar isso através de uma relação início-início com um lag ou com um atraso, onde você cria essa sincronia, mantendo a relação para que elas comecem juntas, porém dessincronizadas, mas elas não necessariamente precisam acabar juntas. Então você mostra o que acontece de uma forma sobreposta, sem também criar uma dependência circular. Bem, agora, e quando um processo é tão interdependente que todas essas pequenas soluções que eu coloquei para vocês, elas não bastam? Aí eu queria sugerir a vocês pensarem num outro modelo mental, que é um modelo que eu sou superfã, eu já gravei inclusive vídeos, e tal no meu canal no YouTube, que é o DSM ou Design Structure Matrix . A DSM permite mapear as relações entre atividades, inclusive as circulares. E elas entendem e evidenciam num grid , como se fosse uma matriz mesmo, uma matriz de Excel, por exemplo. Ela, o que? Ela ajuda, ela nos ajuda a identificar. tarefas que se influenciam mutuamente. Por exemplo, A depende de B, B depende de A, permitindo com que eu planeje essas interações como blocos controlados. É como se eu criasse um bloco controlado de trabalho onde esse bloco tem três ou quatro tarefas que vão acontecer o que? De modo iterativo. Isso vai fazer com que eu as represente sem necessariamente tentar representá-las de modo linear sequencial, como por exemplo num gráfico de Gantt, resumindo, quando possível, tente eliminar os loops. Lembre-se o seguinte, o projeto é complexo, então não precisa complicar o plano. Represente o trabalho de forma linear, com versões de marcos, atrasos bem definidos. Agora, quando o loop faz parte da natureza do processo, não tem jeito de você sair. Reconheça e use, por exemplo, o DSM para entender, otimizar e gerenciar essas interdependências de forma consistente. No fim das contas, o cronograma é uma abstração da realidade. A realidade em muitos casos é interativa e o papel nosso como gerente de projetos é escolher o modelo certo para cada um dos tipos de processos. Vamos pensar nisso. Espero que vocês tenham gostado desse episódio. Desculpa se ele foi um pouquinho mais técnico, mas nos vemos na próxima semana com um outro assunto em um novo 5 Minutes Podcast. Até lá!