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Olá pessoal, aqui é o Ricardo Vargas é hoje nesse podcast eu quero falar com você sobre um tema quente, muito quente. Essa questão das tarifas americanas e a tensão comercial entre os países e, principalmente, como é que isso tudo impacta os projetos que a gente está tocando no dia a dia? Muita gente pensa que essa guerra comercial é só coisa de governo ou de mercado financeiro, mas na prática, quem está gerenciando projetos, seja ele de produto, seja infraestrutura, seja até mesmo startup, e sente um impacto absolutamente direto disso. Então, eu queria dar para vocês dicas bem práticas que eu inclusive estou usando essa semana nos projetos que eu estou fazendo para tentar lidar com esse cenário que está muito acima da minha capacidade de controle. Então, a primeira dica que eu queria dar para vocês é o seguinte avalie a sua dependência externa né, o seu projeto está dependendo o quanto, Qual a magnitude dessa dependência externa? Ou seja, olhe a sua cadeia de fornecedores. Você depende de serviços ou produtos importados. Não estou dizendo que você importa diretamente, mas você através da loja que você está comprando, através da empresa que está prestando serviço para vocês. Você está puxando a linha e vê que a tecnologia, componente ou matéria prima estão vindo de fora? Se sim, pode ser que essas tarifas vão alterar o seu custo, o seu prazo de entrega. E olha, eu não estou falando só de custo, ou seja, muitas empresas, por exemplo, respondendo a essa questão tarifária americana, como por exemplo, a Land Rover parou de enviar carros aos Estados Unidos.
Ou seja, não é simplesmente aumentar 30% o preço ou 20% do preço, Ou seja, ela pode parar de fornecer. Nós estamos vendo, por exemplo, hoje, casos como o Tio-Tok nos Estados Unidos, que, por consequência dessa questão tarifária, pode existir uma mudança diante do governo da China sobre como vai ser esse caso vai ser lidado. Ou seja, não são só os impactos diretos evidentes, por exemplo, apenas em custo. Então assim, reveja seu orçamento, faça simulações com diferentes cenários de custo para você entender o seguinte. Bem, se essas tarifas vão ficar, isso vai implicar em quantos por cento de aumento para o meu projeto? Já vai preparando isso. Isso me leva para a segunda dica é diversificar fornecedor, fornecedor de serviços, fornecedores de equipamentos, etc. Diversifique as suas fontes porque depender de um único país, um único fornecedor, muitas vezes fica muito, muito arriscado. Eu tenho uma frase que eu guardo para mim assim é lógico para vocês que estão ouvindo esse podcast, sejam mais novos! É muitos de vocês não cresceram vendo Tarzan como eu cresci. E eu sempre falava o seguinte Tarzan só viveu na selva porque ele tinha mais de um cipó, porque ele andava de um cipó para o outro. Ou seja, o cipó era a garantia da diversificação.
Então você pode mapear fornecedores alternativos em regiões diferentes, inclusive locais, ou seja, será que eu consigo substituir um determinado material para o meu projeto por um material local. Na época minha das Nações Unidas, eu fazia isso muito, por que não? Por causa de tarifas etc. É porque a logística de, por exemplo, enviar um determinado material, por exemplo, para o Sudão do Sul, para Juba era tão complexa que era preferível, por exemplo, a gente criar uma estrutura simples e, por exemplo, fabricar tijolo localmente, além de desenvolver o mercado local. Então, muitas vezes, pense nisso, ou seja, talvez não seja por motivos óbvios, de escala o mais barato hoje, mas pode ser uma opção muito estável para você no médio prazo. A terceira dica reforce a sua análise de risco. Atualize a. Agora você tem que ficar paranoico com a sua matriz de risco. Ou seja, não é só o risco técnico de cronograma e risco político econômico, ou seja, o que pode acontecer vamos ver nas próximas semanas decorrência dessas tarifas? Inclua cenários como aumento de custo repentino, atraso, alfandegário, flutuação cambial. Hoje nós estamos vendo o câmbio, por exemplo, do real com o real brasileiro com o dólar americano flutuando assim 4% num dia para cima, 3% para baixo. É você que está gerenciando um projeto, acaba, vamos dizer, três ou 4% começam a ser uma fatia muito significativa. Então desenvolva esse plano de contingência para isso.
A minha dica quatro é comunicação, principalmente com os stakeholders, com as partes interessadas e, claro, gente, o patrocinador do seu projeto. As pessoas envolvidas no seu projeto estão todas tensas e preocupadas com isso. Então não deixe os stakeholders no escuro. Mostre onde estão os riscos e o que você está fazendo para mitigá-los. Alinhar a expectativa de todo mundo nesse momento é essencial para que a gente consiga manter a confiança no cliente do time, com a diretoria, com a organização em geral. Ou seja, é na hora onde você tem uma instabilidade, a hora onde a comunicação e a transparência valem muito. A minha dica cinco: Valorize o que é local, ou seja, olhe para o mercado local. Muitas vezes a solução pode estar muito mais perto do que você parece. Você pode substituir um produto, Você pode substituir um fornecedor. Você pode substituir um serviço por uma opção local, evitando a dependência de importação quando possível, porque isso vai te dar um pouco mais de previsibilidade. Ou seja, o mundo se globalizou dessa maneira porque existia um cenário no passado, essa previsibilidade. Quando essa previsibilidade acabou, né muitas vezes aquilo que era barato acaba saindo caro. Eu não estou dizendo que você vai conseguir fazer isso tudo. E dessa forma e com essa simplicidade, porque, é claro, tem equipamentos, tem tecnologia, por exemplo, você que trabalha com, por exemplo, projetos de tecnologia, você vai ter que importar essa tecnologia, mas você tem que buscar sempr, como eu consigo fazer isso de um modo local? E o que eu queria resumir com essas cinco dicas, Gente, em tempos de instabilidade, nós, como gerentes de projeto, precisamos ser quase um estrategista de guerra.
A gente precisa ter um plano de guerra. A gente precisa estar atento, precisa ser rápido, precisa ter um plano. Eu sempre falo isso. Precisa ter um plano B, plano C, muito pronto. A crise, gente, ela não vai embora agora assim, eu pelo menos assim eu não sou, é lógico, economista, etc. Eu não acho que semana que vem vai estar tudo normal. Eu não acho. Então a crise não vai embora agora. Agora você pode passar por ela com menos pânico. É como eu falo sempre em crise, é quando você tá numa crise, é claro, tudo que você queria era que fosse tudo bem. Mas assim só existe o ruim e o pior. Então entra o ruim e o pior. Bem, é preferível o ruim do que o pior. Então pensem muito nisso quando vocês tiverem isso. E vamos ter uma perspectiva proativa diante do futuro e não simplesmente ficar ali parado esperando, vamos dizer, o seu projeto sucumbir nas suas mãos por causa de questões sobre a qual você não tem controle. Pensem sempre nisso. E até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.