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Olá pessoal! Bem vindos a mais um 5 Minutes Podcast! Recentemente eu li um artigo, uma coluna do José Eduardo Agualusa no jornal O Globo, que me chamou muitíssimo a atenção. Ele contando a história. O tema é o que é realidade. E ele contou a história do que aconteceu recentemente no WebSummit, em Portugal, quando subiu ao palco duas pessoas do Yes Man Group, que é um grupo que faz crítica, é um grupo de, vamos dizer, arte de protesto ou arte de crítica, onde eles não só enganaram a organização do WebSummit, mas eles enganaram ao público também. E o que aconteceu? Eles subiram como um rapper e um executivo da Adidas. E esse executivo da Adidas começou a criar e a especular, colocando uma nova realidade que a Adidas estava fazendo chamada Advance, que implantaria um chip no corpo dos funcionários e que esse chip iria controlar a produtividade do funcionário, que com esse chip o funcionário ficaria feliz comendo uma refeição só, etc. Ou seja, algumas coisas extremamente fora de qualquer padrão, de qualquer expectativa que a gente espera da sociedade. E o que mais surpreendeu, e é isso que é o foco aqui desse podcast, é que no final o público aplaudiu e ovacionou. Só que ele não aplaudiu e ovacionou a brincadeira. A maior parte do público achou que aquilo era verdade. Ou seja, achou que aquilo era a realidade. E isso é que é uma das coisas mais surpreendentes nesse artigo.
E por quê? Porque hoje, quando a gente começa a perceber a realidade virtual e a percepção das pessoas, o que eu já gravei outras vezes sobre notícias falsas ou teorias conspiratórias, etc. O que está acontecendo hoje? Hoje a gente está tendo mais dificuldade. Quando eu falo a gente, a gente como sociedade, para entender o que é verdade, o que não é verdade, o que é correto, o que não é correto, Ou seja, alguns dos nossos princípios básicos estão começando a ser desafiados. Isso vale para os nossos projetos também. Isso vale para os nossos projetos também. Ou seja, será que o objetivo de negócios do projeto que eu estou empreendendo é um objetivo realmente real? Ou é uma fantasia ou é uma ilusão que eu estou querendo colocar? Ou seja, será que eu estou colocando um projeto de inteligência artificial, entendendo a magnitude do impacto na vida real que esse projeto vai ter? Ou será que eu só estou brincando mais uma vez? Então, eu acho que a gente está precisando muito colocar o pé no chão. Quando a gente viu isso, quando eu vi a cena, você, é lógico, o Web Summit tirou isso do ar tudo, mas vocês não conseguem encontrar no YouTube. Se vocês verem a pessoa falando, parece um teatro do absurdo. Só que nós temos ali um público gigante e um público, vamos dizer, altamente capacitado.
Quem frequenta uma das principais feiras de tecnologia do mundo? Nós não estamos falando de uma pessoa, vamos dizer, desprovida de uma capacidade de raciocínio etc. E essas pessoas foram simplesmente manipuladas, entorpecidas, etc, para uma realidade que simplesmente não existe, ou seja, de colocar o chip numa pessoa, etc. Ou seja, até que ponto uma brincadeira como essa não nos passa a pensar o seguinte o que é eticamente correto a fazer dentro dos nossos projetos? E hoje o que eu tenho visto é que talvez a ambição e a vontade que a gente tem de ter resultado nos projetos, resultados para as nossas empresas, etc. A gente começa a achar que ética é o que é correto para nós como sociedade. Passa a ser secundário, quando na verdade, quando a gente está falando no desenvolvimento tecnológico, como que nós estamos vendo acontecer diante dos nossos olhos hoje com a inteligência artificial? Ética tem que voltar para o centro, porque se a gente não fizer isso, nós vamos simplesmente ser os gerentes de projetos do caos. E eu acho que isso não é objetivo para nenhum de nós. Então a gente tem que ter o pé muito firme no chão para entender o seguinte dentro dos projetos que nós estamos fazendo, o que é realmente a realidade? Será que eu estou ali naquele dilema de estar tomando a pílula azul ou a pílula vermelha do filme Matrix? Até que ponto a gente realmente está construindo isso? E eu tenho sido assim muito, não crítico, mas muito cético e muito alerta para os projetos de inteligência artificial.
Porque são exatamente esses. Porque na hora que a gente começa a ver gente como a pessoa em Bruxelas tirando a própria vida, conduzida por um chat de inteligência artificial, bem, a realidade começa a ficar minimamente assustadora, porque a gente começa a construir um mundo que é diferente, como o mundo que as nossas crianças estão vendo no tic tac, etc. E aí, essa. A conexão permite com que um grupo como esse não consiga nem perceber que aquilo que estava sendo feito é uma brincadeira. Ele terminou. Esse falso profissional da Lisa terminou falando sobre a relação da Adidas com o nazismo, com o Holocausto, como se fosse vangloriando o nazismo e as pessoas aplaudindo. Ou seja, é uma percepção e uma desconexão muito grande da realidade. Eu acho que é isso que a gente precisa pensar em cada um dos nossos projetos. Bem pessoal, espero que vocês tenham gostado desse podcast. Deem uma lidinha na coluna do Agualusa no Globo, vale muito a pena e dê uma procurada. Yes man WebSummit, vocês vão? Eu não sei se é rir ou chorar com o que vocês vão ver. Um abraço para vocês e até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.