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Olá, pessoal! Aqui o Ricardo Vargas. Esse é mais um 5 Minutes Podcast. Hoje eu queria falar sobre política dentro de um ambiente de projetos e eu sei que esse é um assunto assim que nem todo mundo gosta. A maior parte das pessoas acredita assim poxa, para eu entregar um projeto de sucesso, o que eu preciso é ter uma capacidade boa de planejamento. Eu preciso ter uma capacidade boa de entender os riscos. Eu preciso ser uma pessoa que tem um pensamento estruturado, uma capacidade de ação para entregar bem. Se fosse isso, a gente teria muito projeto que deu errado. Tendo dado certo, se os quesitos forem esses, é porque existe um outro lado, que é um lado não tão claro e não tão direto, que é a política, em gestão de projetos, ou seja, poder e política, as agendas ocultas etc. E é como eu falo num vídeo que eu publiquei recentemente sobre esse assunto no meu canal do YouTube, onde eu falo que é como um iceberg. Aquilo que você está vendo ali muitas vezes é a ponta do iceberg. Mas o que tem ali debaixo da água que você não tá vendo pode ser muito, muito grande. E se você quiser ter sucesso no seu projeto, é crítico. É fundamental e essencial que você entenda e exercite a política para fazer as coisas acontecerem. E eu queria dar aqui para vocês cinco aspectos relacionados com a política que você tem que estar ciente. O primeiro deles é o mapeamento das influências. A primeira coisa que é preciso, e a gente já fala isso no gerenciamento das partes interessadas, né? Stakeholder Management. É você entender o seguinte: quem é quem? Quem influencia quem? E olha, isso não está escrito no organograma. No organograma estão as relações hierárquicas óbvias dentro da sua organização. Mas a sua organização hoje, ela opera infinitamente mais como um networking, ou seja, um networking não estruturado, onde você tem uma pessoa que é amiga de outra pessoa, que se relaciona com outra pessoa que trabalha há muito tempo com outra pessoa. Uma pessoa que não necessariamente gosta de outra pessoa. Você tem que entender quem é quem dentro do seu ambiente de projeto. Não basta você entender o que está escrito no contrato, quais são as, assim, as relações hierárquicas, as relações de poder. E Isso me leva à segunda dica, que é você ter a inteligência política. O que é uma inteligência política? É o gerente de projeto, ele tem que ser capaz de ler o que não está escrito. Você é capaz de entender num gesto, você é capaz de entender num movimento, seja capaz de entender num olhar a linguagem que não está sendo passada. E eu falo, quantas vezes você descobre riscos, você descobre no estouro do orçamento, você descobre uma mudança completa, por exemplo, no patrocínio do seu projeto, no cafezinho, ali, na hora que você está servindo o cafezinho, na hora que você tá ali batendo um papo descompromissado que você escuta e eu não tô, por favor, longe de mim de falar que você tem que ficar buscando fofoca ou o que que tá, não, não é nada disso. É você ter essa inteligência política, essa inteligência política., ela é fruto de duas coisas: a sua capacidade de ouvir e a sua capacidade de analisar. A sua capacidade de ouvir é você tá ali, observando os movimentos, observando as discussões, observando o caminho, observando o olhar. E você vai ver que você vai começar a perceber uma linguagem não verbal, uma linguagem não escrita, não falada. Você vai entender que, às vezes a discussão é sobre o fornecimento de um determinado equipamento, mas realmente a discussão é só sobre poder e sobre quem vai controlar os recursos do projeto e sobre quem vai ter maior influência no projeto, enquanto você está só querendo ter o produto para terminar o projeto. Isso me leva à terceira dica, que é você tem um compromisso estratégico. O que a gente chama de "compromisse" é quando você cria uma solução que muitas vezes não é perfeita, muitas vezes, quando você está negociando dentro de um ambiente de projeto, você, é difícil você achar uma posição assim onde eu ganho, o outro perde. Sabe, assim é muito difícil. Muitas vezes você vai ter que abrir mão de algumas coisas para ter outras. Então eu dou uma dica e eu falo isso com muito cuidado para vocês, é assim, muitas vezes a gente tem que sacrificar uma parte, sacrificar algumas coisas no nosso projeto para proteger o centro e a espinha dorsal do seu projeto. Porque muitas e muitas vezes, quando seu projeto tem um problema, você fica naquela ânsia de querer salvar tudo e na hora que você tenta salvar tudo, você acaba perdendo tudo. Então você é muito importante você ter dentro do seu DNA o compromisso para entregar o que você tem que entregar e para entregar lado a lado o que você se comprometeu a entregar. E muitas vezes tem coisas menos importantes ou um pouco mais acessórias que você eventualmente vai ter que sacrificar, dentro de um ambiente político, dentro da sua organização para para liberar o orçamento para outra coisa ou para dar uma voz para um determinado a parte interessada que está precisando. Não adianta gente, não adianta. Muitas vezes, na sua tentativa de entregar tudo, você acaba colocando o seu projeto numa crise tão grande e numa interferência política tão grande que você acaba não entregando absolutamente nada. Então é importante a gente entender que tem hora que a gente tem que fazer concessões para poder até mesmo entregar o todo. E isso parece assim ser meio absurdo e meio dicotômico, mas não é. E muitas vezes a gente faz concessões de partes menos importantes para proteger o todo. E o próximo passo que eu tenho que falar para vocês é que, ao falar de política e infelizmente, a política na maioria das vezes tem uma conotação que não é necessariamente muito positiva. A gente sempre pensa no compromisso ético etc. Então, tudo o que eu estou falando aqui para vocês, gente, eu estou falando numa política, num jogo político ético. Nós não estamos falando aqui na corrida do Dick Vigarista querendo ganhar a corrida. E nós não estamos falando de um jogo sujo onde o seu interesse é destruir o outro. Nada disso. Lembre se esse podcast tudo que a gente está falando aqui, nós temos um objetivo central, que é fazer com que o nosso projeto entregue aquilo que a gente se comprometeu em termo de benefício, etc. Nós não estamos falando aqui em usar a política como uma ferramenta de manipulação. Não é esse o objetivo aqui, mas é você ter a capacidade de entender esse mapeamento dessas influências, ter uma inteligência política, sabe? Ter essa inteligência, eu vou dizer, é uma mistura de emocional com a inteligência humana para você perceber aquilo que não é obviamente dito ou escrito. Você tem também fazer concessões, sabe? Criar. Assim você vai ter que criar uma concessão para poder dar uma percepção de poder ou dar um poder para poder salvar outra parte. Muitas vezes você vai ter que entregar alguma coisa nesse jogo político para proteger uma coisa maior, que é a entrega do seu projeto. Isso é um processo natural. Muitas vezes a gente sofre muito do que a gente é lógico, não quer fazer concessão nenhuma, a gente quer entregar. Só que esse ambiente perfeito, ele simplesmente não existe. Ele não existe nem quando você está aprendendo gerenciamento de projetos e, por último, essa ética. Entender que isso tudo que a gente está falando é feito e corretamente dentro de um espírito de entregar o melhor do projeto e não como um jogo sujo ou um jogo de manipulação. Eu acho que esses aspectos é que são preponderantes e o mais difícil, esses aspectos, assim, a gente não aprende lendo um livro, a gente não aprende, sabe? E sabe, fazendo um curso de de meia hora, a gente pode entender os tópicos, não apenas ouvindo esse podcast. A gente pode aprender alguns tópicos de alguns sites, mas isso é a vivência e a prática que vai trazer para a gente. Por isso que a prática aprimora a sua capacidade de perceber esses aspectos políticos. Pensem sempre nisso e busquem sempre oportunidades para entender esse dinamismo político, para que vocês entreguem melhor os projetos de vocês. Um grande abraço para vocês e até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.