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Olá, pessoal, aqui é o Ricardo Vargas e esse é mais um 5 Minutes Podcast. Uma coisa que nós todos temos visto ultimamente é a volatilidade do cenário que a gente está vivendo, ou seja, muitas mudanças acontecendo com o novo governo nos Estados Unidos, ou seja, uma volatilidade sendo testada quase no limite extremo. E muita gente tem perguntado o seguinte poxa, eu estou gerenciando projetos. E você, Ricardo, como é que você faz num cenário como esse, onde, por exemplo, eu tenho peças importadas e de repente pode ter uma nova tarifa num determinado equipamento que eu estou importando para o meu projeto ou num determinado serviço que eu eventualmente precise. Fora isso, por exemplo, pode gerar um impacto dramático no orçamento do meu projeto. Como é que a gente faz e tenta se antecipar a isso? E eu queria dizer o seguinte é claro, e isso não é fácil. Uma das coisas que eu sempre falo quando a gente se dá deparando com cenário de volatilidade é que o tempo age contra o nosso interesse de estruturar o projeto. Ou seja, o tempo nos expõe muito mais a volatilidade. Então. Uma coisa que eu faço é quando você tem um cenário muito volátil, você tenta reduzir o ciclo dos produtos, ou seja, você tenta quebrar os produtos em entregas menores, mais viáveis e mais rápidas para exatamente você ter chance de ser menos surpreendido pela volatilidade. Agora, a segunda coisa que eu faço que talvez seja mais importante que eu vou dizer que eu estou fazendo quase que 24 horas por dia nas últimas semanas. É o que a gente chama de análise what-if ou análise e-se. Esse é o que basicamente é quando eu tento construir um cenário futuro, principalmente hoje, considerando algumas ameaças e tento ver que tipo de reação eu poderia ter aquele cenário. Então, o que que é isso? E quando eu chego e fala assim E se aquele meu fornecedor que iria fornecer um determinado equipamento simplesmente não fornece aquele equipamento? E se aquele determinado recurso que eu tenho que é crítico para o meu projeto, foi demitido amanhã? E se aquele potencial teste do meu produto que fosse ser feito na semana que vem. Não acontecer é o que eu faço com isso? Eu tento me antecipar a esses avisos, ou seja, eu tento construir mentalmente como seriam as minhas respostas. E eu vou dizer uma coisa na maior parte das vezes que eu estou fazendo esse tipo de trabalho, um dos maiores desafios que eu tenho é aquela minha percepção o seguinte e se isso acontecer? Aí a minha resposta normalmente vem assim Mas isso não vai acontecer, isso não vai acontecer. Aí eu brincando comigo mesmo, eu falo assim não, não, isso aconteceu. Ricardo, isto aconteceu. O principal patrocinador do seu projeto acabou de sair. Você, por exemplo, agora nós estamos vivendo uma instabilidade natural com o governo dos Estados Unidos. Imagino que você é uma entidade federal americana e está desenvolvendo um projeto e, de repente você teve mudanças muito relevantes na cúpula da sua organização. E aquele projeto que você tinha, simplesmente, vamos dizer, está sendo questionado etc. E aí, então, o que que você precisa? A análise what-if é uma análise que para mim, me ajuda demais a entender os potenciais caminhos que eu tenho antes que eles existam. É um exercício mental, um exercício até então de ficção. Então eu fico pensando assim se isso acontecer, quais os caminhos que eu posso tomar diante desse desafio no meu projeto? Olha só, se eu sou, por exemplo, uma empresa americana e eu tenho agora uma tarifa em cima de um produto canadense e eu preciso importar esse produto, O que eu faço? Quais são os caminhos possíveis? E eu tenho um outro lugar no qual eu posso comprar. Eu tenho como, eventualmente imaginando que eu sou um terceirizado, transferir esse custo para alguma outra parte. Eu tenho como absorver esse custo. Eu tenho como mudar uma parte do meu projeto para que eu não precise daquele tipo de insumo para eu não precisar daquela determinada importação. Gente, esse tipo de exercício é que é crítico. A maior parte das pessoas ela só gosta de fazer esse pensamento. Não é mais quando é um what-if . E quando acontece? E quando acontece, muitas vezes você já está fragilizado. Ou seja, você já está numa posição muito fragilizada porque o evento já aconteceu. E uma coisa é você pensar assim E se a minha casa pegar fogo? Desculpe aqui o exemplo, mas minha casa pegar fogo. Outra coisa é a sua casa está pegando fogo e você tá pensando no que que você vai fazer? Então, esse tipo de exercício é uma coisa que eu aprendi muito, inclusive na minha história com o PMI. É o que a gente chama de cenário planning. É quando você tenta construir cenários e, claro, gente, você não pode fazer uma análise what-if infinita, porque senão nós vamos avaliar tudo. Agora você tem que pegar pontos que estão, vamos dizer, tirando o seu sono à noite e preocupar com esses pontos. E eu acho que esse comportamento proativo é que faz a maior diferença em tudo. Ou seja, e se nós tivermos uma falha no nosso sistema? Se nós tivermos um ataque cibernético nos dados do nosso PMO? E se nós vamos fazer o quê? Como é que nós vamos lidar com esse tipo de coisa? E aí você começa a construir as suas proteções. Começa a pensar no que eu tenho falado muito, na sua adaptabilidade para sobreviver e para vencer nesses cenários. Acho que é esse o momento que a gente vive hoje. Hoje, quem chegar e falar eu tenho certeza exatamente de como o futuro é construído. Eu vou dizer que essa pessoa tem uma bola de cristal que ninguém tem, porque realmente a gente não consegue enxergar. E eu acho que com a natureza de todas as transformações que a gente está vivendo, esse é o novo normal, ou seja, é o novo normal, não é o normal agora e a gente precisa ter essa capacidade, essa adaptabilidade, como gerente de projetos. Ou seja, não adianta mais a gente achar que aquele plano que a gente fez, ele vai estar escrito ali e a ferro e a fogo, e que vai acontecer tudo certinho, porque isso não é verdade, não era a verdade e agora muito menos ainda vai ser a verdade. Pensem nisso e pensem nessa análise de cenário, ou seja, comecem a manhã pensando em como vocês podem aplicar esse tipo de conceito nos projetos de vocês. Um grande abraço e até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.