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Olá pessoal, Bem vindos a mais um 5 Minutes Podcast! Hoje eu queria falar sobre a importância das consequências de segunda ordem. De como é importante dentro do nosso ambiente de projeto a gente dar uma olhada um pouquinho mais pra frente do que amanhã. Muitas vezes a gente tem uma visão bem imediatista e essa visão imediatista acaba nos prejudicando ou acaba criando desafios lá na frente. E isso é o que a gente chama de consequências de segunda ordem. E eu recentemente vi li uma anedota super legal que fala um pouco sobre o sistema colonial britânico na Índia e ele chama o efeito cobra e eu acho que é um exemplo maravilhoso pra poder ilustrar isso. Dizem que na cidade de Nova Déli tinha um problema muito grande de cobras venenosas uma infestação de cobras na cidade. E o governo colonial então chegou e falou Poxa, vou oferecer uma recompensa para quem me trouxer cobras mortas. Com isso eu vou estimular a população e vou resolver esse problema. Bem, inicialmente funcionou dessa forma, até que empreendedores começaram a criar fazendas de criação dessas cobras. Pra quê? Pra poder transformar isso num negócio. Ou seja, agora eu crio as cobras e vou oferecer essas cobras ao governo britânico e receber minha recompensa por essas cobras. Quando o governo descobriu isso, o que é que o governo fez? Falou Opa, não vai ter mais recompensa de forma nenhuma. Aí esses fazendeiros de cobra já falará e então tá bom, então vamos soltar as cobras no final.
Você teve uma infestação de cobras muito maior do que a anterior, porque agora todos os fazendeiros jogaram as cobras também nas ruas. Ou seja, você não só não resolveu o problema como você agravou o problema. E o que a gente pode aprender disso é que muitas vezes a gente está muito focado na consequência de primeira ordem, que é o que é aquilo que a gente resolve, o problema imediato. Então, por exemplo, você tem um fornecedor e aí você não percebe que aquele fornecedor é um fornecedor de longa data e um fornecedor que te fornece muitas coisas e um fornecedor que fornece vários projetos? E aí, o que você faz? Você briga com fornecedor, entra na justiça e transforma aquilo num litígio gigantesco entre você, o fornecedor e o fornecedor. Chega e fala assim Quer saber de uma coisa? Eu não vou mais fornecer para essa empresa. E aí, lá na frente, outros projetos são prejudicados. Esse é só um exemplo. Quantas vezes você toma uma decisão hoje e o impacto vai ser visto lá na frente? Quando a gente educa criança, não é por que essa gratificação imediata é tão mais valiosa? Por que a criança gosta de uma bala, gosta de brincar, mas não gosta de estudar? Por que? Porque a consequência do imediato, do efeito imediato é muito mais poderoso sobre o nosso bem estar e o nosso desejo e a nossa alegria, do que eu saber que, 20 anos depois do que eu estou aprendendo de matemática, vai ser útil para mim.
Então a mesma coisa no projeto você pega, coloca um projeto e acaba destruindo o ciclo de vida do produto lá na frente. Você acaba hoje, por exemplo. Eu tenho falado isso. Longe de mim fazer uma crítica aos modelos ágeis, mas o tanto de lixo que a gente viu sendo desenvolvido porque as pessoas simplesmente não pensam Por quê? Porque existe essa agilidade, existe essa ansiedade de fazer tudo e você acaba fazendo o quê? Uma coisa mal feita, uma coisa que não funciona, uma coisa que não atende a expectativa. E nós temos também um terceiro tipo de caso, que é, por exemplo, eu estou falando de boa fé e muitas vezes vocês já ouviram falar sobre isso. O Facebook. Eu quero acreditar. E eu continuo acreditando que quando o Zuckerberg montou o Facebook, criou o Facebook, eu tenho certeza que ele não estava pensando em criar uma plataforma de fake news de notícia falsa. Ele não estava pensando eu. Eu tenho essa convicção que ele não está pensando, está pensando em conectar as pessoas, etc. Só que o que acontece muitas vezes, aquela consequência é que a hiper conexão trouxe o que trouxe uma consequência de segunda ordem. Hoje, por exemplo, nós vivemos esse mesmo problema nas redes sociais, que é uma consequência de segunda ordem, ou seja, pessoas deprimidas.
A pessoa que usa Instagram, por exemplo, ficando deprimida, pessoas viciadas em tic, toc, etc. São que são consequências de segunda ordem, não são consequências imediatas. Então, o que a gente precisa entender no nosso projeto, quando a gente está gerenciando e tendo a capacidade de decidir sobre esse projeto, é a gente ter uma visão mais holística. E é isso que a gente fala em um dos princípios do PMBOK, que é o que é o pensamento sistêmico ou sistêmico thinking, o que é o sistema que é você entender que aquele efeito pode não ser imediato, que aquele efeito de estimular a venda de cobras mortas pode estimular o que? A criação de cobras para que sejam mortas, fruto da consequência, ou seja, uma consequência não esperada de segunda ordem. E é essa análise que a gente precisa ter para que a gente não crie projetos que vão gerar benefícios hoje e vão criar um caos enorme no futuro. E esse é um dos motivos principais da minha grande preocupação com a inteligência artificial. Por isso que eu tenho falado muito, porque a gente está vendo uma consequência maravilhosa, fantástica, de primeira ordem. Agora, como é que vai ser as consequência de segunda ordem? Vamos pensar nisso e até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.