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Olá pessoal! Bem vindos a mais um 5 Minutes Podcast. Hoje eu queria falar sobre essa sentença. Por que é tão fácil começar um projeto e tão difícil terminar um projeto? Esse assunto eu lembrei muito recentemente, quando eu estive em Istambul num evento chamado SERP, onde um dos palestrantes estava num painel comigo. Ele deu um exemplo que eu achei muitíssimo relevante. Ele falou o seguinte que projetos muitas vezes são igual guerra. É fácil de começar, mas é muito difícil de terminar. E aí eu comecei a pensar sobre isso. Seja por que realmente os projetos são muito mais fáceis de começar do que de terminar. Então eu queria compartilhar com vocês alguns pontos para que vocês pensem nisso sempre. Quando vocês estiverem começando um projeto, a primeira coisa a nossa taxa de início de projeto é sempre muito maior do que a nossa taxa de término. Ou seja, a gente não começa um projeto e termina um projeto, começa um projeto, termina um projeto ou até melhor, termina um projeto para começar outro projeto. Não o que a gente faz. Como nós somos ansiosos e a gente quer mostrar uma evolução e um progresso, ou para nós mesmos ou dentro da nossa organização. O que a gente faz? A gente começa a abrir um monte de frente e a gente começa um monte de projetos. Só que a gente não tem a capacidade, não tem braço, não tem estrutura para dar andamento a todos e para chegar com todos ao fim. Então a gente fica com aquele mundo do que a gente chama em inglês, de work in progress. Então, essa é a primeira coisa, ou seja, a nossa natural ansiedade.
E eu falo isso porque nós estamos próximo do fim do ano. Isso é uma reflexão que eu tenho sempre, sempre, sempre. É nessa hora que você chega e coloca uma lista de coisas para você fazer no ano que vem, de projetos para você fazer no ano que vem, que são simplesmente infindáveis. E aí, o que acontece? Você acha que pelo simples fato de colocar eles no papel e de começar todos, mesmo que o percentual de progresso seja 0,1% em cada um, te dá aquela sensação se não, eu estou fazendo. Você está lendo o livro? Estou. Já li a primeira página. Quantas são? 600? Você já começou software? Já. Já fiz a primeira linha de código. Você já começou aquele curso? Claro, já assisti a primeira aula de dois minutos. São quantas aulas? 200? Quem nunca se deparou com isso? Então, essa ansiedade, ela precisa ser controlada. E esse é o primeiro fator. Porque é tão difícil terminar? Porque a gente começa muitas vezes muito mais do que a nossa capacidade. A segunda característica importante é que muitas vezes a gente planeja numa condição que a gente chama de condição normal de temperatura e pressão, ou seja, num ambiente perfeito. Por mais que a gente tente fazer uma gestão de risco e tente identificar o risco, o que normalmente a gente faz, a gente sempre acha que o trabalho é mais fácil. A gente sempre acha que os problemas vão ser menores e o que acontece? A realidade muitas vezes é brutal. E aí aquilo que ia levar meia hora leva dois dias. Aquilo que era levar dois dias leva duas semanas.
Aquilo de duas semanas leva dois anos e aí você simplesmente não acaba não. E você simplesmente não consegue acabar. Porque? Porque o trabalho é intrinsecamente mais complexo do que o que você imaginava. E o terceiro, o terceiro é o que a gente chama de crescimento do escopo ou escopo creep. Para aqueles que gostam do termo de projetos, o que é um escopo Creep? É quando o seu projeto ele começa a ser deformado ao longo do tempo, e isso inclusive está acontecendo muito mais até agora do que acontecia há 20 anos, 25 anos atrás, quando eu comecei. Por quê? Porque hoje ainda existe um discurso assim. Hoje mudança é bom. Eu, aliás, sou um cara que fala que mudança é ótimo, só que muita gente usa isso. Mudança é bom como um pretexto para simplesmente mudar tudo no projeto. É uma coisa, gente. Uma coisa é mudar, um detalhe, uma coisa, mudar uma abordagem, outra coisa é mudar tudo. Uma coisa é você falar assim olha, eu estou construindo um edifício residencial. Bem, eu vou fazer dele um edifício misto. Tudo bem, agora não dá para você chegar e falar assim Olha, eu vou aproveitar esse tijolo aqui e vou construir um hospital, porque o hospital é outro projeto, é outro princípio, é outro tipo de resultado e de impacto que você quer. Então, muitas das pessoas, elas simplesmente expõem o seu projeto a uma quantidade de mudança tal que muda o DNA. Sabe, É mais ou menos você falar assim olha, poxa, que legal, você teve um problema no seu corpo, pô, vamos, vamos colocar um outro braço, vamos tirar o braço de alguém, fazer um implante imaginando que seja possível uma perna, tudo bem.
Mas, pô, pegar a cabeça e fazer um implante e querer continuar se chamando Ricardo? Bem, aí não é tão fácil, concordam? Aí não é tão fácil. Então, esses três motivos são os motivos que transformam a nossa vida em. Entre o 0% e o 100% num pesadelo, porque a gente faz muito mais do que o que a gente queria, não o que a gente queria. A gente queria até mais do que a gente podia. A segunda coisa a gente sempre acha que a execução vai ser mais fácil do que ela. Na verdade é. Lembrem se da entropia. E pessoal, o terceiro e a gente simplesmente perde a total controle do que é mudança. E ao invés da gente ter mudança, absorver essas, a gente simplesmente deteriora, muda completamente o DNA do nosso projeto, O nosso projeto, que era um A vira G e a gente simplesmente perde o caminho do que que era esperado como resultado para aquele projeto. É igual quando você vê uma guerra. Volto no exemplo da guerra. Você vê uma guerra. Daqui a pouco as pessoas esqueceram porque que a guerra começou, né? Ou seja, você tá geração atrás de geração brigando sem entender muito bem o seguinte. Mas pera aí, a origem disso tudo é qual? Por quê? Porque se desvirtuou tanto o conceito original que você não conseguiu saber qual o seu objetivo. Então pensem sempre nisso, principalmente nessa fase do ano no qual vocês estão vislumbrando um pouco 2024. Um abraço enorme para vocês e até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.