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Olá pessoal! Bem vindos a mais um podcast. Hoje eu queria falar sobre VUCA e BANI. Eu estou quase certo que a maioria de vocês conhece o termo VUCA, que vem a ser volatilidade, incerteza, complexidade, ambiguidade. Esse é um conceito mais estabelecido. Ele foi desenvolvido pelo exército americano principalmente na época da Guerra Fria, e ele tentava descrever o ambiente que a gente vive. Esse ambiente, onde as coisas mudam muito rapidamente, a gente não tem certeza, as coisas tendem a ser mais complexas e você nunca sabe qual é o lado certo, qual é o lado errado. Mas recentemente, quando eu falo recentemente, eu falo em quatro, cinco anos atrás, o antropologista americano Jamais Cascio. Ele criou um novo termo. Ele disse que VUCA não reflete a realidade da situação que nós vivemos e que para isso era preciso a gente criar um novo acrônimo. E aí foi criado o BANI ou para quem quiser em português, usar como FANI, para tentar refletir isso. E o que vem a ser essas letras B, A, N e I e que ficaram assim razoavelmente famosos com a pandemia. A primeira delas é o B. O B vem de Britton e a melhor tradução, eu sei que muita gente vai falar frágil, por isso chama se FANI, mas eu queria dizer sim, quebradiço, sabe? E quebradiço é algo que tem uma dureza, mas que não é algo que é totalmente frágil, mas tem uma dureza, mas está sujeito a uma ruptura, a uma quebra. E esse B, ele para mim ele reflete o muito, mas muito mesmo, o que o Nassim Taleb e eu sou um fã do livro Antifrágil dele onde ele fala, ou seja, como é que você responde a um cenário muito frágil? É como você aprende a se tornar antifrágil, ou seja, ganhar com isso através da sua adaptabilidade.
Então ele fala que o mundo é um mundo frágil ou britlle. Segundo no A, é um mundo ansioso, ou seja, a ansiedade virou, sem dúvida nenhuma, um problema pandêmico nosso. Ou seja, é só para dar um exemplo no Brasil. A última pesquisa do Datafolha é quase metade da população com problema de ansiedade. Nós temos também ansiedade na empresa, ou seja, o temor que as pessoas têm de estar fora, o temor que as pessoas têm de estar perdendo espaço ou de não estar acompanhando a revolução tecnológica que nós estamos vivendo. No N, ele fala sobre não linear ou não linearidade, o que é não linearidade. Não existe mais um conceito claríssimo de causa e efeito. E assim eu faço A, então eu tenho B, eu faço B, então eu tenho C. Ou seja, essa relação de casualidade. Isso significa que as coisas são não lineares. Às vezes você pode fazer tudo certo e dar errado lá na frente ou, de repente, fazer as coisas não da melhor forma e dar certo lá na frente. Então, ele questiona o seguinte, muitas vezes um planejamento detalhado de longo prazo tem muita dificuldade de ser realizado por causa dessa não linearidade. E o I vem de incompreensível. É o que, é que não existe, dentro da nossa história, dentro da nossa cultura, uma capacidade de compreensão clara daquele cenário.
Eu quero dar um exemplo pra vocês. Por exemplo, eu tenho uma dificuldade enorme de compreender como um mecanismo como o Tiktok, os vídeos do Tiktok conseguem ter assim uma capacidade viciante, principalmente no jovem, porque quando eu vejo os vídeos para mim aqueles vídeos são incompreensíveis. Só que, no entanto, para essa geração, as pessoas passam horas e horas usando, sem por favor, sem nenhum desrespeito a quem publica no Tiktok, acho que as pessoas são absolutamente livres a fazer isso ou quanto ao business do Tiktok, mas assim é difícil. É igual a gente entender as relações sociais, a gente entender os movimentos empresariais, até mesmo os movimentos políticos. Então, esse é o mundo BANI. E qual que é a minha questão com isso? E eu sou muito crítico, às vezes o seguinte às pessoas, consultores, pensadores, eles adoram reembalar os mesmos conceitos, com uma embalagem diferente para vender para todos nós, como se fossem novos. E a minha opinião sincera, com todo respeito ao trabalho. É que BANI E VUCA são absolutamente a mesma coisa, com letras diferentes, formatos diferentes, percepções diferentes, palavras diferentes. Mas eles refletem uma única coisa a nova dinâmica do mundo, que é uma dinâmica caracterizada pelo que independe de que letra você que quer usar, ela é caracterizada pela instabilidade, pela nossa incapacidade de prever, por eventos que mudam o tempo todo de uma forma dramática e por uma sensação natural de incerteza, de descontrole, de ansiedade. Então, para mim, BANI e VUCA refletem a mesma coisa.
BANI talvez tá usando umas palavras mais bonitas, porque quando eu chego e falo em não linear, o que é o N de BANI, isso é um exemplo de complexidade que é o C de VUCA. Quando eu pego e falo que algo é sujeito a catástrofes e a mudanças bruscas, como quando você fala do B de britlle. Isso é exatamente a volatilidade, coisas que mudam dramaticamente num curto espaço de tempo. Então, seja ambíguo, incompreensível é quase a, a gente não consegue saber a resposta correta. Então, por isso que eu falo assim você pode usar VUCA, você pode usar BANI ou então se você quiser criar a sua própria sigla. Mas a gente tem que entender o seguinte que o mundo nos projetos nós estamos prendendo e as nossas empresas. É um mundo extremamente mais caótico, extremamente mais imprevisível. Aquelas relações que nós tínhamos de causa efeito não funcionam mais. As coisas mudam muito rapidamente e isso gera naturalmente em você que está me ouvindo em mim uma ansiedade natural com a vida, ou seja, que nós vamos ter que ver como essas coisas vão figurar. Eu acho que essa é a realidade que a maior parte das organizações e das pessoas estão trabalhando hoje e sem dúvida nenhuma, cada projeto que cada um de você estiver fazendo, sem dúvida vai estar sujeito a VUCA, BANI, FANI ou qualquer outra sigla que demonstre a complexidade do mundo que nós estamos vivendo bem. Pensem nisso aí. Um grande abraço para vocês. Até semana que vem com mais um 5 Minutes Podcast.